quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

R8 GT Spyder: Autotimeline andou no prodígio da tecnologia Audi.

Uma pausa para o presente
Já faz algum tempo que iniciamos o projeto do Autotimeline, um espaço dedicado à história do automóvel e da mobilidade, com nosso foco especialmente direcionado ao design; Mas a história não se restringe apenas aos livros e revisitações investigativas, pois que ela é um processo dinâmico que continua a acontecer enquanto você lê estas linhas. Sendo assim, o leitor mais atento já deve ter percebido que temos permeado nossas análises sobre o passado com impressões a respeito dos capítulos mais recentes do mundo automotivo, tratando inclusive de alguns lançamentos, caso da nova geração do Ford EcoSport, analisada em nossa última matéria. Isso porque conforme a tecnologia evolui e o mundo muda, os lançamentos vão escrevendo novas páginas do percurso evolutivo do automóvel e da mobilidade em geral. Sendo assim, convidamos você a mais uma vez visitar o que se está fazendo na atualidade, antes de voltarmos a vestir nossos uniformes de arqueólogos automotivos.

Nem só de design vive o homem
Todos sabemos que o aspecto emocional sempre permeou a compra de um automóvel. E nesse contexto o design, principalmente naquela sua faceta mais emocional, que é o estilo das carrocerias, desponta como um importante fator a influenciar o momento da aquisição de um veículo. Mas nem só de design são alimentadas nossas emoções, que são também, é claro, o resultado dos avanços da engenharia, traduzidos no cada vez melhor desempenho dinâmico de nossos veículos. Tivemos uma amostra dessa evolução quando no final de 2011 fomos convidados a testar diversos modelos da linha Audi, em um evento dirigido exclusivamente aos blogs do setor automotivo e promovido pela criativa agência RaeMP, numa iniciativa da concessionária Caraigá/Audi de São Paulo e do fabricante alemão. Assim como outras marcas de prestígio, a Audi é reconhecida por sua qualidade construtiva e desempenho normalmente acima da média, oferecendo, para alguns poucos privilegiados, a possibilidade de se ter na garagem o trinômio desempenho/segurança/design em alto nível, satisfazendo aos mais exigentes compradores. Então aproveitamos o convite e fomos conhecer melhor o que de mais moderno está sendo feito pela marca.

Acima, da esquerda para a direita: R8 GT Spyder, TTS, A1 e A5, parte da linha Audi testada pelo Autotimeline (na foto só faltou o Q5) - e uma parcela dos representantes de alguns dos principais blogs do setor automotivo - presentes no evento da Caraigá/Audi.

Voltando ao evento Caraigá/Audi Blogger's Day, os modelos postos à nossa disposição abrangiam um rico leque de opções, que ia desde o moderno compacto premium A1, até os sofisticados sedan A5 e o utilitário esportivo Q5. Mas o forte "tempero" do dia foi conferido por dois exemplos do que a engenharia alemã pode oferecer aos aficcionados pelo prazer da pilotagem, representado ali por um chamativo Audi TTS na cor laranja e um super esportivo R8 GT Spyder 5.2 FSI quattro, verdadeiras vitrines tecnológicas da marca dos quatro anéis. E é no R8 GT Spyder que vamos concentrar as atenções deste post, já que estamos falando de evolução e emoção; E o sedutor - e imaculadamente branco - conversível que nos aguardava para mostrar do que ele é capaz, irmão do R8 coupê, é um legítimo representante do supra-sumo tecnológico que os bolsos mais recheados podem comprar neste início de século.
O poderoso V10 5.2 FSi levando o R8 GT Spyder para "passear" no dia do evento.
O senhor dos anéis
Não estamos falando de um carro qualquer, mas sim do representante da Audi na categoria dos superesportivos. Os 525cv de seu motor V10 5.2 FSi, por exemplo, são uma verdadeira festa para quem gosta de acelerar forte (0-100Km/h em módicos 3,9s. Nada mal para um conversível). Mas o mais surpreendente é a segurança e o nível de contrôle com que toda essa potência é despejada no solo. Saímos (ou seria "decolamos"?) da Caraigá, que fica em frente à ponte estaiada, um dos cartões postais da capital paulista, em direção às avenidas que margeiam o Rio Pinheiros. Logo de saída o carro mostra que não está lá para simplesmente brincar de esportivo. Sua aceleração pode ser resumida em uma única palavra: Vigorosa! A já desgastada expressão "colar no banco" garantidamente não é apenas uma figura de retórica nesse caso. Mas como tudo tem um porém, naquele dia ficamos um tanto frustrados pelo trânsito - nada surpreendentemente - pesado de um sábado à tarde (estamos em São Paulo, lembra-se?). Desse modo, cada "clareira" que se abria entre os outros carros era uma oportunidade de se conhecer os principais predicados da tecnologia aplicada ao R8. Se por um lado essa situação frustrante fazia-nos sonhar com o autódromo de Interlagos, o fato acabou nos proporcionando a oportunidade de verificarmos o comportamento do carro numa situação de trânsito urbano, o que, convenhamos, não é bem a praia dessa categoria de veículos.

Alguém se lembra daquele antigo slogan de um fabricante de pneus? "Potência não é nada sem contrôle". Frenagens tão eficientes quanto acelerações. Lição de casa concluída com méritos pela engenharia Audi.
Apesar do fato óbvio de superesportivos não serem propriamente talhados para uso urbano, a potência do prodigioso V10 5.2 FSi de alumínio se mostrou perfeitamente administrável nessa situação por motoristas mais experientes. Mas a "saúde" do motor é tamanha que certamente surpreenderá os menos avisados. O imediatismo das respostas à qualquer mínima pressão no acelerador só é superada por sua espetacular capacidade de frenagem. Afinal, são quatro discos utilizando uma composição de cerâmica e fibra-de-carbono com um fantástico poder de parada e dissipação de calor. A suspensão com braços em duplo "A" em alumínio forma um impecável conjunto com uma direção precisa e um câmbio automatizado R Tronic de seis marchas, que no modo manual pode ser controlado através de paddle shifts ou através da própria alavanca no console (para os mais tradicionalistas), exigindo apenas cerca de 1 décimo de segundo para troca de marchas em altas rotações. Tudo isso somado ao consagrado sistema Quattro de tração total permanente da Audi e uma invejável eletrônica embarcada, fazem com que o R8 pareça estar apoiado em verdadeiros trilhos, fazendo de sua pilotagem uma experiência única.


Sol e velocidade
A velocidade percebida nem sempre é diretamente proporcional à velocidade real desenvolvida. A frase, que mais parece um enunciado de física, aplica-se perfeitamente ao fato de algumas pessoas preferirem os conversíveis. Afinal, se a sensação do vento no rosto em um dia de sol já é por si só extremamente prazeirosa, o que dirá se você estiver em um verdadeiro foguete sobre rodas? E que diferença podem fazer alguns quilômetros a menos (os conversíveis costumam ser menos aerodinâmicos e mais pesados que seus similares cupês) quando falamos de velocidades finais que se situam acima dos 300Km/h? (na verdade o R8 Spyder chega a ultrapassar os 315 Km/h). Nesse caso, a sensação de se dirigir um conversível compensa a diferença na velocidade final, a qual, convenhamos, dificilmente será atingida em condições normais de uso. Desse modo, o que o R8 GT Spyder proporciona é o charme de um conversível para se passear tranquilamente num final de semana ensolarado, mas com uma bela caixa de surpresas debaixo do capô (que nesse caso fica logo atrás de você): Ao se pisar com um pouco mais de vontade no acelerador, o que temos nas mãos é algo além do que a maioria dos mortais pode sequer sonhar em termos de fortes emoções. Nesse momento o carro se transforma completamente, catapultando seus ocupantes à frente com uma disposição quase absurda.

Estrutura leve e rígida garante desempenho
No aspecto construtivo, a engenharia da Audi fez um belo trabalho no conversível, pois apesar de reforços nas regiões das soleiras e batentes das portas, túnel central, piso, painel traseiro e colunas "A" - tudo para se manter uma adequada rigidez estrutural - sua carroceria pesa somente 6Kg a mais do que a da versão cupê. Isso porque tudo no carro foi pensado para a redução de peso, como por exemplo a subestrutura de magnésio que apoia o motor, parte integrante do conceito de chassi ASF (Audi Space Frame).
O chassi ASF (Audi Space Frame): Segredo da leveza e rigidez estrutural do modelo está no uso de alumínio e magnésio
Feito à mão
A qualidade construtiva e de acabamento próximos à perfeição são garantidos não sómente graças à tecnologia aplicada, mas também a técnicos altamente gabaritados que cuidam pessoalmente da maioria das etapas de fabricação.
O carro é em grande parte cuidadosamente construído à mão, na fábrica de Neckarsulm, Alemanha.

Design
Se a engenharia trabalhou bem, o design não poderia deixar por menos. Com a eliminação dos painéis laterais em fibra de carbono utilizados no cupê, novas entradas de ar foram desenhadas, conferindo maior fluidez às linhas do conversível. O teto retrátil, quando exposto, também agrega uma maior elegância ao Spyder, se comparado ao modelo de teto rígido. Rodas de 19 polegadas com desenho composto por cinco raios duplos em formato de "Y" não passam aquela sensação de vazio notada em rodas de raios simples, ao mesmo tempo em que não impedem a livre passagem do ar, favorecendo a troca do calor gerada pelos discos de freio.

Olhar inconfundível
O reconhecimento visual e a personalidade de uma marca passa certamente pela carga de expressividade e traços de caráter conferidos pelo desenho do conjunto dos faróis e grade do radiador. Nesse ponto os designers da Audi conseguiram um resultado que, se pode não agradar a todos com a mesma intensidade, pelo menos cumpre com um objetivo importante, que é a imediata identificação da marca até mesmo no escuro, fato que é percebido pelo conjunto ótico constituído pela já famosa sequência de LEDs na região inferior dos faróis.

Do A1 ao R8, o "family face" Audi, facilmente identificável pela generosa grade central no formato de trapézio invertido, ladeada por faróis emoldurados por "olheiras" de LEDs, que parecem estar ganhando linhas mais retas nos modelos mais recentes da marca.
Conforto em alta velocidade
Não, este não é um daqueles superesportivos espartanos, focados apenas e tão somente no desempenho. O interior do R8 Spyder possui um requinte à altura de sua sofisticação tecnológica. Com uma excelente ergonomia, o único porém que sentimos foi a proximidade excessiva entre a borboleta de mudanças de marcha (paddle-shift) e o controle dos limpadores do parabrisa, o que inicialmente causa um pouco de confusão na hora de acionar as marchas, já que sua mão invarialvelmente esbarra no comando do limpador, chegando até a acioná-lo acidentalmente. E para aqueles que não se contentam apenas em ouvir o V-10 5.2 FSi roncando forte sua sinfonia de dez cilindros, o carro vem equipado com um sistema de som Bang & Olufsen de alta qualidade.
O interior do carro disponibilizado no dia do evento era preto com detalhes em vermelho e fibra de carbono

Depois de nos divertirmos a bordo do R8 GT Spyder, só nos restou lamentar o fato de seu preço no Brasil estar num patamar acima do que a maioria dos mortais pode sonhar (Preço sugerido ao público: R$ 775.000,00). Mas enfim, essa é uma das caraterísticas dos superesportivos, ou seja, desejados e distantes.

Nossos parabéns e agradecimentos à Audi do Brasil, Caraigá Audi, agência RaeMP e aos amigos dos blogs convidados para o evento, já que todos, sem exceção, acabaram nos proporcionando uma agradável tarde de sábado, onde pudemos trocar importantes impressões sobre os carros expostos.

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Análise de design da nova geração do Ford EcoSport


Na última quarta-feira, dia 4 de janeiro, foi apresentada simultaneamente no Brasil e na Índia, em avant-première mundial, a nova geração do mini SUV Ford EcoSport. Projetado no Brasil, o modelo faz parte da estratégia One Ford da montadora americana, que tem como objetivo o desenvolvimento de modelos globais. Primeiro veículo global de passageiros da marca criado na América do Sul, ele simboliza a importância crescente do Brasil e da região na estrutura mundial de desenvolvimento de produtos da Ford. Estivemos presentes no lançamento do modelo, em Brasília, a convite da Ford do Brasil, quando tivemos a oportunidade de conversar com os designers Muray Callum e João Marcos Ramos, que nos receberam para um bate-papo a respeito do projeto.

Nova geração EcoSport: a necessária renovação de um líder de mercado
Em se tratando de SUVs urbanos, os futuros livros de história que vierem a abordar o fenômeno automóvel deverão acrescer aos capítulos relacionados à Ford – a qual mudou o mundo com a implantação da linha de montagem móvel por Henry Ford a partir de 1913 - um outro importante capítulo, que foi a grande sacada da Ford do Brasil ao lançar o  EcoSport em 2003, o qual acabaria se transformando em um verdadeiro fenômeno de vendas. Um fenômeno tão grande que agora acaba de ganhar o mundo.

Com a concorrência se mexendo para abocanhar uma fatia desse mercado, a Ford não poderia dormir sobre os louros conquistados por muito mais tempo, o que fez com que ela partisse para o desenvolvimento de uma geração totalmente nova do EcoSport, mais de acordo com as últimas tendências no design, assunto que analisaremos a seguir. Para tanto, contamos com a colaboração de João Marcos Ramos, o chefe do estúdio brasileiro da Ford, que nos concedeu entrevista durante a apresentação do modelo no último dia 4 de janeiro, em Brasília-DF. 


Estúdio de design brasileiro: Uma equipe multicultural
Segundo João Marcos Ramos, a Ford tem hoje, no mundo, cinco centros de desenvolvimento e oito estúdios de design, dentre os quais um novo estúdio na China e duas unidades de design avançado, sendo uma delas nos EUA, em Irvine (Califórnia) e outra em Londres, onde fica J Mays, o vice-presidente corporativo de design do grupo.
Com estúdio por aqui desde os tempos da compra da finada Willys-Overland do Brasil, a Ford é uma veterana em investimentos em design na América do Sul.
Desde a inauguração de seu complexo em Camaçari-BA, a empresa transferiu a maior parte de seu staff de design para lá, sendo que em São Bernardo do Campo-SP permance apenas o setor de Color&Trim.
Ainda segundo João Marcos Ramos, o estúdio de design Ford em Camaçari tende a se transformar em um centro de excelência mundial no desenvolvimento de veículos do tipo “B”, do porte do EcoSport.
Mas não se engane ao achar que apenas designers brasileiros trabalham no estúdio da Ford em Camaçari. Trata-se, segundo João Marcos Ramos, de uma equipe multicultural, que além de brasileiros de vários estados da federação, abriga em seu estúdio profissionais vindos de países tais como Coréia, França, Bélgica, Estados Unidos e até mesmo um designer de origem egípcia, Ehab Kaoud.

Um novo estilo para um campeão de vendas
Algumas das qualidades que o público espera de um SUV em termos de design é que ele basicamente transpire robustez e segurança. Aliando esses requisitos ao seu já conhecido Kinectic design, que tem como característica a “energia em movimento”, a Ford conseguiu conferir ao novo EcoSport um estilo mais robusto e ao mesmo tempo bem mais dinâmico que a geração anterior do modelo.
Dentro da proposta da categoria, o carro tem altura suficiente para garantir uma sensação de segurança a motorista e ocupantes, sem a necessidade de se estar em uma pickup full-size, esta última por vários motivos menos adaptada aos tempos atuais.
Vários recursos de design reforçam o conceito de robustez e dinamismo. Um desses recursos é o uso em profusão de superfícies tensionadas, de acordo com a última tendência no design automotivo. Tal expediente confere uma sensação de musculatura à carroceria, que pode ser notada, por exemplo, na altura dos ombros do modelo, conferindo uma maior espessura às portas, o que reforça a sensação de segurança para os ocupantes.
As superfícies tensionadas formam uma verdadeira rede de músculos, onde se destacam duas nervuras que partem das colunas "A", conferindo forte personalidade à nova geração do EcoSport

Os arcos das caixas de roda fortemente pronunciados e unidos por um light-catcher na parte inferior, a partir da base dos arcos, reforçam a idéia de robustez, criando uma espécie de anel de força em torno do carro. Na parte inferior, uma peça plástica com acabamento em preto circunda todo o veículo, aumentando ainda mais a sensação de distanciamento do solo nas versões do modelo pintadas em cores claras, ao mesmo tempo em que evita que a pintura seja afetada por impactos de pedras e outros detritos, principalmente no caso do proprietário resolver se aventurar em um fora-de-estrada leve, atividade que integra a proposta da categoria.
Com o mesmo propósito de robustez, na região frontal foi criada a simulação de dois músculos sobre o capô, na verdade grandes nervuras a partir das colunas “A” que se estendem sobre a parte superior dos paralamas, o que se traduz numa das características de maior personalidade do modelo.

O novo Family Face Ford
O design Ford fez escola nos anos 1990 com o seu New Edge Design e mais recentemente adotou um novo conceito que chamou de Kinetic Design, significando "energia em movimento". Aplicando o mesmo conceito em todos os modelos recentes da marca, inclusive no novo EcoSport, que segue de perto as linhas do doador de sua plataforma, o New Fiesta, a marca do oval está em processo de mudança de identidade, aplicando esse novo family face à sua linha de modelos. No caso do EcoSport, a frente ganhou, como resultado, muito mais agressividade que a versão anterior, fato evidenciado pela presença de uma grande grade de formato trapezoidal e de faróis mais afilados.

Acima e abaixo: O novo Family face da Ford fica evidenciado através do uso um tanto generoso de polígonos irregulares de formato trapezóide.

A seguir publicamos um trecho da entrevista concedida ao Autotimeline por João Marcos Ramos, chefe do estúdio de design da Ford, onde ele comenta sobre a importância do conceito de family face dentro do design automotivo e a conexão entre o estilo do novo Ecosport e os outros produtos da marca.

Autotimeline -Qual a importância que a Ford confere ao conceito de Family Face e onde esse conceito está presente no novo EcoSport?
JMR – Esse é um conceito extremamente importante. Eu acho que a grande sacada é você fazer com que os carros pertençam à mesma família, sem que sejam no entanto um “copy/paste” uns dos outros. Eu acho que esse é um grande desafio para os designers, porque você tem que criar uma imagem para a família de produtos, mas você não quer que os carros se pareçam com o mesmo carro reproduzido em proporções diferentes. Eu acho que a gente conseguiu isso com o “Eco”, ou seja, ele se parece com um Ford; Nós vimos isso em clínica, quando tiramos o nosso “oval” e ele foi reconhecido como um Ford.

Autotimeline – E o que diferencia o Family Face Ford das outras marcas?
JMR – Dentro da evolução do conceito Kinectic Design, nós temos por exemplo a grade no formato trapezoidal bem pronunciada, em conjunto com os faróis afilados, elementos marcantes no novo design da marca. Só isso já é o suficiente para que você reconheça um Ford da nova geração.

Segundo JMR, foram feitas clínicas com o modelo, onde foram retiradas todas as identificações com a Ford e ainda assim as pessoas reconheciam se tratar de um produto da marca do oval azul.

Choque de gerações
Comparando-se com a geração anterior, a nova EcoSport ficou menos geométrica e mais aerodinâmica. Porém, algumas das características mais marcantes das gerações anteriores foram mantidas, tais como o visual envolvente do vigia traseiro (wrap around glass) e a coluna "C" em destaque, efeito conseguido pelo tratamento gráfico aplicado às colunas "B" e "D".

Nossos agradecimentos aos designers João Marcos Ramos e Murray Callum pelas informações prestadas durante o evento de apresentação em Brasília e a toda gentil equipe da Ford do Brasil.